Invasão ou doação? Regras para o Usucapião

Veja como funcionam as Regras para o Usucapião
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Muitas vezes, pessoas próximas ocupam imóveis cujos donos morreram e esperam que não haja a contestação de parentes ou amigos.
De acordo com o especialista em direito imobiliário Hamilton Quirino, em caso de invasão, o proprietário pode recorrer à Justiça para retirar os moradores.
Entretanto, como nos casos acima, se ninguém aparecer por um determinado tempo, o morador pode entrar com o pedido de usucapião.
A modalidade é antiga, complexa, às vezes polêmica, e tem se tornado mais comum desde 2016, quando houve a regulamentação do usucapião extrajudicial, em que não há a necessidade de processo.
Segundo o advogado Leandro Sender, o morador também pode iniciar os trâmites pela via judicial (ou no caso de não ter obtido êxito extrajudicialmente).
— Na via judicial, o juiz expede uma ordem de registro do título ao Registro de Imóveis.
O usucapião extrajudicial é feito via Cartório de Notas, por meio de uma ata notarial, que vai diretamente para o Registro de Imóveis.
É mais simples e menos demorado, mas ainda não está bem consolidada porque é recente — acrescenta Quirino.
— Isso significa que o morador deve estar no imóvel particular há muitos anos, agindo como se fosse proprietário, pagando impostos e demais obrigações da área sem contestação do dono.
Fonte: Raphaela Ribas
Usucapião: quem já tem imóvel não pode
Em geral, há várias modalidades de usucapião e cada uma tem suas regras, documentos exigidos e tempo mínimo de moradia no imóvel em questão.
Em todas, porém, o processo deve ser mediante um prazo mínimo de residência ininterrupta e sem oposição.
Vale lembrar que os bens públicos não estão sujeitos ao usucapião, salvo raríssimas exceções.
Hamilton Quirino esclarece que..
O usucapião pode ser ordinário, extraordinário, especial e familiar.
— O usucapião extraordinária é decorrente da ocupação por 15 anos e o ordinário, por 10 anos.
Já o especial é aquele onde houve ocupação de área urbana não superior a 250m² e não superior a 50 hectares na área rural.
O familiar, por sua vez, é para imóvel até de 250 m², ocupado por um dos cônjuges, com o abandono pelo outro.
Fonte: O Globo